7 de fevereiro de 2025

Esperas

Esperas.
Fico à espera.
Dizem-me: espera...

o tempo passa,
desliza, escoa,
esfarela as invisíveis horas.

Quanto tempo?
Me pergunto—
não ouço resposta.

Trânsito entre incertezas,
expectativas.
"Há de melhorar."
"O melhor há de vir."

E enquanto espero,
o agora se dissolve,
se desmancha no vento.

A mente inquieta vagueia,
tece cenários, desenha planos,
povoa futuros, preenche lugares.

Na espera, vivo o anseio do amanhã.

Mas a vida, pulsante,
insiste em ser agora,
reclama raízes no instante.

É preciso ouvir o hoje,
cultivar a presença,
viver no aqui,

florescer onde for.


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