16 de novembro de 2012

Mineiridades


Minas não tem mar, mas tem montanhas.
Curvas sinuosas de grande beleza.
Um mar de montanhas com suas ondas estáticas...

Suas estradas vão cortando serras, contornando montanhas,
Revelando um povo alegre, festeiro e acolhedor,
De modos faceiros e fala própria, 
Possuem uma mania de juntar palavras e adotar um diminutivo peculiar em quase toda frase: minutim, rapidim, bunitim...
Gente que adora prosa sossegada, poesia cantada com viola, e, principalmente, de contar histórias.

Um povo saudosista, mineiro conserva o passado com apreço.
São como livros abertos, compartilhando suas memórias.
Falam da vida, contam uns "causos", lembram dos tempos que passou...

Se reúnem nas praças, nas calçadas, nas varandas (ou terreiros) e nas cozinhas...
Ah! As cozinhas... 
Costumam ser o lugar mais disputado das casas...
Entorno do fogão se "pruzeia" e se produz gostosuras, 
do desjejum à ceia, sempre tem uma coisinha para beliscar.

Curva após curva, a regra não muda: 
Se não quiser fazer desfeita, tem que provar o café e os quitutes.
No bom mineirês, "toma um cafezim com um bolim, biscoitim, pãozim diquejo". 
Para quem não conhece, o autêntico é oferecido assim mesmo, dito tudo "juntim". 
Não estranhe, mas os visitantes são sempre “convidados” a conhecer toda a casa (aqui é quarto dos mininu, se quise discansa um tiquim, podi deita que tá limpim), as reformas, as fotografias antigas...
Tudo vira assunto, vira história...

Ah! essas minas,
Essas curvas que me encantam,
Esse povo que me rodeia...
Nasci aqui, e por aqui, vou ficando,
Se viajo, levo Minas comigo (no jeito de ser e falar), e em Minas fica um pouquinho de mim... despertando a saudade, e a vontade de voltar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito legal. Bem escrito e me fez sentir em cada um dos lugares.
Parabéns, conseguiu ver que a cozinha é onde as coisas acontecem. Não apenas nas casas, mas nas salas de aula e nas "lotações"
A mineiridade nos faz sentir saudades de ser mineiro.
Eugênio