Ao pé da serra tem um lugar, uma casa,
Onde a dor, a tristeza e a esperança se misturam.
Muitos não gostam que se fale de tristeza e dor,
Como só se pudesse falar de esperança e alegria.
Como não dizer da dor,
Se ouço crianças chorando,
Sofrendo como adultos por causa de remédios e agulhas.
Criança que quase não pula, não brinca,
E o pior, que quase não sorri.
Como não dizer da tristeza,
Se a vejo estampada na face de mães que vêem seu amor maior sofrer.
De querer ter essa dor para si, poupando seus pequeninos.
Como não dizer dos adultos,
De várias idades e cidades,
Que deixam suas casas,
E junto com seus acompanhantes, esperam e esperam.
Rostos que se repetem na pequena multidão,
Cada um com sua história,
Mas que em síntese, muito se parecem.
Como não dizer da esperança,
Se é o que lhes resta,
razão pela qual continuam voltando, e voltando.
De que o tratamento funcione
De que esta é apenas uma fase
E que ao término desse sofrimento,
Poderão realizar muitas coisas,
Voltar à rotina de outrora,
Fazer outras novas.
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