29 de julho de 2008

Lamentos

(*)

Da minha janela ouço gritos
Choro desesperado.
Não suporto mais ouvir tantos lamentos,
efemeridade
angustia...
Não quero perder.
Não mais.
Ninguém mais.
É inútil...
É inútil tentar se enganar
A vida não é assim,
Não se tem essa opção
Não se escolhe
Não se sabe
Imagina-se
Espera-se
Sonha...
para si
com os outros
para os outros...
sonhos...
início de tantas coisas
vontade, querer que as coisas aconteçam
ou que não aconteçam
independente deles
a vida toma seu rumo
alegrias
tristezas
lágrimas
a angústia
tantos lamentos
querendo que o tempo volte
desejando outro rumo.
lamento,
não quero ouvir
essa dor que se espalha
contagia
família, amigo, amor
estórias que se repetem
casualidade de quem ouve
marca para quem vive
partida
adeus
saudade.

(O grito - Edvard Munch)

Um comentário:

André Luiz Araújo disse...

O grito, desespero, expressão do ser em chamas, ardente na selva - de concreto e carne - flor urbana da expressão angustiante do clamor humano. Louvável, pífio, ininteligível, recorrente. Mundo das palavras, da carne, do ser e do não ser. Mundo do foi e do será. Sempre e nunca mais. Grito.