19 de julho de 2008

Diário

Nunca quis ter um diário,
não sentir-se obrigado a narrar o que acontece,
nem sempre há o que contar
o que dizer quando o dia foi chato,
entediante, entediado
repetir nas páginas
essa seqüência, do nada
não,
muita tortura reconhecer
na escrita
que os dias se passam,
e, nada.
nem sempre há inspiração.
Deve ser estranho
escrever sem rumo,
escrever por escrever...
não,
parece meio chato,
detalhar sua vida
numa seqüência, quase lógica
afinal,
a mesma estória tem vários pontos de vista.
e, ainda mais, expor-se desse modo.
Se alguém pega!?
Um manual de instruções...
pode ter suas vantagens,
bom que se alguém quisesse nos conhecer,
leria o pequeno manual
ou seria, auto-manual!?
Muito subjetivo,
passível de reclamação,
manual tendencioso
muito carregado de sentimentos do criador.
Criador e criatura, mesma pessoa
não,
não serviria para tal.
Ah! Também, nem sei escrever de caneta,
melhor mesmo é o lápis
acho que é porque o lápis apaga-se
com borracha, com o tempo
como os pensamentos do momento,
emoção,
sentimento, se não cultivado.
Se bem, que eu acho que todo sentimento se acaba.
nos cabe renova-lo,
até mesmo reinventa-lo
para que ele continue existindo...
Mas, por que é mesmo que eu comecei esse assunto!?
Ah, era sobre o diário...
então, nunca quis ter um diário,
eu acho.

Nenhum comentário: