poética da ausência,
palavra suspensa
no entremeio do que foi dito
e do que se cala.
paixão não completada,
gesto interrompido,
beijo não saciado -
que insiste em arder.
o que falta
é também o que habita:
vazio feito de presença latente,
infinito daquilo que não se cumpre.
na incompletude,
o ser se reinventa,
como se a ausência fosse
a mais ardente forma de existir.
saudade —
corte invisível
que sangra memória
e demora cicatrizar.
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