15 de dezembro de 2024


Já faz tempo,
mas a lua cheia teima em me lembrar
dos olhos nos olhos, intensos,
do calor que ardia em cada procura,
dos silêncios que gritavam quereres
além do alcance das palavras.

Na minha visão embaçada,
entre paixão e luxúria,
cada singelo toque
era um universo inteiro desvelado
carregado de expectativa e encantamento

Teima em me lembrar
das sombras que dançavam na nossa pele,
de cada gesto, jeito e pintas na pele
um segredo a dois que o tempo não apaga.

A lua e a teimosia do lembrar...
o toque dos cabelos,
os óculos embaçados,
no murmúrio abafado da noite,
quando o mundo se encolhia
até caber entre nossas respirações.

Teima em me lembrar
que cada olhar seu
era uma promessa e uma despedida.

E quando olho o céu
lembro, já faz tempo.

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