18 de julho de 2024


No outono dos meus dias,
desprendem-se de mim muitas folhas
que já não me pertencem,
partem, leves e facilmente,
escarlates, multicores, laranja, marrom, amarelo.

Querendo ou não, as vejo partir;
por vezes, também as verdes.
Apegada a elas, reticente, me resigno.

Sinto o vento da estação que sopra
como a música do tempo.
No outono dos meus dias,
balanço os galhos do meu ser;
no embalo dele, deixo tudo que precisa ir.

No vai e vem do vento música tempo,
transforma-se o âmago paisagem.

Resguardando as energias,
à espera do primaverar. 



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