15 de novembro de 2013

Ausências

Meu caro,
Os hábitos demoram a se conscientizar que a rotina mudou.
Passo por sua janela e sem querer ainda lhe procuro no cantinho de sempre, digo, de antes.
Vejo teu quarto vazio, e me lembro de sua partida.
É incomodo apanhar as correspondências e ver teu nome,
como se nada tivesse mudado,
mas mudou.
No almoço, há menos um prato.
A mesa foi posta em outra posição,
Tentando disfarçar que teu lugar costumeiro esta vazio.
Alimentos foram retirados do cardápio,
Como forma de não lembrar o óbvio.
Tua ausência está presente,
Em cada canto da casa,
Na rotina
Nas tarefas
Na lista do supermercado,
No doce preferido que não compro mais.
Ficaram as lembranças,
As fotografias,
Um quarto vazio.
Um dia,
Inevitavelmente chega o fim.
Sem saber como,
Sem saber quando
Ou de que modo.
Mas essa certeza, não nos prepara,
Não acalenta.
Toda partida causa tristeza,
Uma ausência,
Que precisamos aprender a conviver.

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