31 de março de 2013

Caminho e paisagem - Fragmento


Ando pela cidade,
Tudo está mais calmo que o costume.
É feriado!
Vejo pessoas pelas ruas...
Todos caminham sem pressa,
No parque, crianças alegres, brincam, sem preocupações aparentes.
Seus pequenos rostos resplandecem olhando para os doces e balões multicoloridos.
Árvores, brinquedos, bolhas de sabão...
É contagiante!
Há poucos estabelecimentos abertos,
poucos carros transitam.
Há silêncio.
Há tranqüilidade.
deixando transparecer as contradições das ruas...
Sigo em frente...
Mais adiante, vejo adultos, mas, não me parecem felizes.
Sentados nas calçadas,
Deitadas sob as marquises,
Aglomerados debaixo do viaduto...
Sinto como se exalassem desesperanças
(descrença com os que passam, em mudanças, no futuro, nas pessoas)
Será que ficamos, insensivelmente, acostumados a essas paisagens que não mais as percebemos no cotidiano!?
Como entender que com tanto progresso pelo mundo, algumas pessoas não tem o básico!?
A modernidade nos trouxe tecnologia, praticidade, conforto; 
mas alguns vivem sem casa ou acesso as condições mínimas de higiene.
A cada semestre as tendências da moda mudam, 
e alguns não tem o que vestir... 
Cobrem-se com trapos, rasgados e sujos, ora pequenos, ora muito grandes.
Hoje é Páscoa! 
Na maioria dos lares pessoas celebram em família, 
presenteiam-se com chocolate... 
Mas, não consigo deixar de pensar naqueles que vi, 
e me pergunto, se ao menos, tiveram um almoço.

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