4 de fevereiro de 2013

O quando entediado


Quando olho para o céu e percebo apenas as partes mais escuras,
Deixando de ver o azul e as nuvens que lembram algodão.

Quando ouço um pássaro e sinto roubado o silêncio,
Deixando de ser encanto, esse canto, incomoda.

Quando a leitura fica enfadonha
Os livros monótonos...
Será que escolhi a narrativa errada,
Será o ânimo, que falta, que deixa a história minimizada?

Quando o café fica sem gosto,
quando não, quente demais,
(se é que é possível)
logo depois, frio, daí é ponto final. Café frio, não vai.

Quando a luz do dia, intensa, cansa.
Faz doer os olhos.
Faz desejar a noite.

Quero dormir, mas não tenho sono.
Quando durmo, não sonho.
Apenas passo a noite
À espera do dia que se repetirá,
Das coisas repetitivas de um quando.

E nesta apatia de estar
É possível se ouvir, indelicadamente:
- Querida, porque te entedias? Não tens razão para isso, tens uma vida tão bela.

Respondo, secretamente:
O que sabeis dos anseios da minha alma, ou da solidão dos pensamentos dos meus dias?
Sem o quanto determinado, sigo, com o quando entediado.

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