28 de agosto de 2020

Todo dia

Todo dia,
queria fazer poesia...
Mas a racionalidade me rouba
a rima e a inspiração,
por vezes, já desgastada
pela falta de nova emoção
e atenção.

todo dia
sou muitas coisas
muitos papéis
e muitas agendas
que, por vezes, se misturam
numa bagunça
(quase) organizada.

gosto de escrever
 à noite,
no silêncio das músicas variadas.
Enquanto muitos dormem,
aos sábados, domingos, feriados
em noites de lua,
e dias de chuva...
misturo meu sentir
às minhas palavras.

Nessa vida de ser mãe,
filha e mãe da minha mãe,
pede tempo o ser mulher,
de desejar o indesejável e o possível
de conjecturar despautérios,
e sonhar maluquices.

Todo dia,
enquanto envelheço
conservo em mim o espírito de criança
tímida e marota
que busca esperança,
brinca e sorri,
apesar das circunstâncias.

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